Nos últimos 20 anos minha vida parou. Mais acentuadamente desde 2001, ano em que os mais terríveis acontecimentos me marcaram, incluindo um infarto que quase me levou e uma descrença total com a vida, com Deus e ausência de amor-próprio. Nesses 13 anos praticamente fiquei limitado a me embriagar e maldizer a vida. Costumava dizer, até recentemente, que, com relação à vida, estava cumprindo tabela, nada mais havia ou podia fazer para mudar.
A partir de janeiro de 2012 decidi-me por me recuperar, voltar a viver plenamente. Consegui muito, mas muito ainda me falta. Este projeto em que me atirei tem tudo a ver: passar a depender exclusivamente de mim, de minhas atitudes e ações. Auxiliado pela fé em Deus, que redescobri e assumi.
Acredito estar fazendo a coisa certa. Ao final da jornada saberei, sendo que no decorrer dela alguns milagres ocorrerão, eu sei. Compartilharei com vocês que me acompanham. Às 22 h embarcarei rumo a Uberaba, onde chegarei por volta das 6 da manhã do domingo e passarei a dar as primeiras das zilhões de outras pedaladas que me levarão para a redescoberta da vida.
"Não tenho caminho novo, novo é o jeito de caminhar", já disse Thiago de Mello, em meu socorro. Pois que esse novo jeito seja aquele que tenho buscado nas fantasias. Agora tornadas realidade. Que Deus não me falte. Que meus filhos, esposa, irmãos fiquem em sossego e compreendam que preciso partir. Para poder voltar a ser feliz, como eles tanto desejam me ver.
(Uma explicação necessária)
Mandei imprimir um cartão (de visitas) para me divulgar por onde passar. Este aqui:
Essa frase é de Marguerite Yourcenar, escritora belga, em seu livro Memórias de Adriano. O astronauta é Felix Baumgartner, um austríaco, amante de velocidade, que realizou o salto livre de uma altitude de 39.000 metros, marcando um recorde que dificilmente será alcançado. Para mim, frase e feito casam-se perfeitamente, um traduz o outro. Assim aconteceu comigo.
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