terça-feira, 25 de março de 2014

No meio ou na beirada da pista?

Muito se discute essa questão: pedalar pela beirada das ruas ou no centro da faixa da direita.

Espírito Santo e São Paulo fizeram recentemente campanha nesse sentido, cada uma pregando uma teoria. No ES defendem que lugar da bicicleta nas ruas é junto ao meio-fio, enquanto que em São Paulo é o contrário, pregam que o ciclista pode (e deve) usar o mesmo espaço que os veículos automotores, pois o Código de Trânsito garante essa possibilidade.

Comigo não, violão! Não confio nunquinha, nos prezados motoristas, que parecem ávidos para levar um troféu para casa: uma bicicleta retorcida e um ciclista no hospital. Claro que essa postura varia muito, e estou exagerando bastante nessa afirmação.

Além do mais não tenho muita experiência em pedalar em cidades normais. Digo isso porque Brasília difere das demais cidades: temos estradas 80% do tempo para circular aqui. O que faz de nosso trânsito um campeão de velocidade (exceto nos pontos de estrangulamento, que aumentam cada dia mais).
Para mim, é suicídio entrar na faixa dos automóveis.
A maioria das vias aqui são de alta velocidade.
Aqui raramente vejo ciclista usando o meio da faixa de rolamento, mesmo quando vão pela pista, usam o canto direito. Se, como estamos cansados de saber, motorista odeia motocicleta ocupando a faixa, como um outro carro, imagine-se a respeito de bicicleta ali, no SEU ESPAÇO! Convencionou-se, no Brasil como todo, que moto deve andar ENTRE os carros, por conseguinte, bicicleta... na beirada, ou fora da faixa.

Eu sempre vou por ciclovias ou MARGENS PEDALÁVEIS das vias.
Ciclovia tem bastante, não na quantidade ideal. E o pedestre sempre presente...

Não tem ciclovia? Sem problema, vou pela calçada.
Nas cidades que passei durante minha cicloviagem, o respeito dos motoristas pelos ciclistas é variável, arrisco a dizer que inversamente proporcional ao porte da cidade: quanto maior, menor o respeito.

Só para citar algumas: em Ribeirão Preto, parecia que me caçavam nas ruas, fosse grande avenida ou ruas pequenas, de pouco movimento. Já em Itapetininga, o respeito me surpreendeu: em ruas estreitas, onde só cabem um carro estacionado e um movimentando (incrível, estacionar-se numa via assim, mas essa é outra história), os motoristas esperavam pacientemente que o ciclista avançasse, sem aceleradas fortes ou buzinadas para nos apressar. Oh, glória, se esse fosse o comportamento por esse Brasil afora...

sábado, 8 de março de 2014

Mantendo a forma... e o blog

Do GUARÁ ao CATETINHO 

O mapa. Para os que não conhecem Brasília
Hoje acordei cedo e resolvi ir mais longe, assim como fiz na terça-feira de carnaval, quando fui até Taguatinga para ir me acostumando com subidas. Aqui no DF a topografia é essencialmente plana, com poucas exceções, somente quando se sai da cidade. O que resulta em frustração para quem pretende pedalar a travessia dos Andes... isso mesmo, para 2015.

Na ida a Taguatinga só aproveitei uma foto, ficaram ruins; fiz uns videos que também não ficaram muito bons...
Foto péssima. Nem dá para ler TAGUAPARQUE lá no fundo...
Mas hoje deu pra registrar o passeio. O trânsito aqui em Brasília não é muito selvagem, mas nada tranquilo para se ocupar o mesmo espaço dos carros, ônibus e caminhões. Ainda mais que o trajeto que fiz - Guará ao Catetinho (primeira residência de Juscelino à época da construção de Brasília) -, é feito 80% dele por uma rodovia federal, a BR-050, que corta o DF de norte a sul. E para esquentar mais um pouco, boa parte do trecho que fiz está em obras, estão construindo pistas exclusivas para ônibus para a Copa, incluindo diversos viadutos novos. Um pequeno inferno.


Disputando o espaço
O trajeto sai do Guará, passa pelo Núcleo Bandeirante e chega até o Catetinho, que fica a meio caminho da cidade do Gama. Tem 19 a 20 km, sendo 12 de subida, com ganho de quase 200 metros. Uma boa puxada para mim, que foi muito tranquila, bem diferente de quando subia as serras na região dos Tropeiros (Silveiras a Bananal). Naquela ocasião, bastava aparecer um morrinho e eu já descia da bike e empurrava. Tenho em minha defesa o fato de que fiz essa rodovia sob sol tórrido, temperaturas acima de 33 graus, na época. Hoje foi bem diferente, estava nublado todo o tempo, com pouca aparição do sol.
No caminho passei pela antiga estação ferroviária, a caminho do Nucleo Bandeirante
Altimetria do trecho



Uma das paradas dos novos ônibus. O trânsito parado...
Esse passeio foi feito também com a intenção de fazer uma mapeamento de ciclovias no DF. No caminho de ida não percebi que tem uma ciclovia por quase todo o caminho, da qual aproveitei na volta. Mas com um porém: ela não chega a lugar nenhum. O governo daqui (acho que todos, na verdade) ainda está longe de se conscientizar de que ciclovias devem ser feitas pensando na mobilidade urbana. Isso significa: unir 2 pontos de ordem prática, como ligar uma cidade satélite a outra. Essa por qual passei fica restrita aos condomínios de classe média que existem nessa região. Só isso, apenas uma pista para se "dar uma voltinha de bicicleta". Assim, quando percebi que estava me afastando do caminho, já tinha pedalado quase 1 km, o qual tive que fazer de volta.

Fim de historinha. Assim vou passando o tempo, difícil de matar. Mas basta ter "uma rota na cabeça e um guidão na mão". Até a próxima.

Obrigado pela leitura.

Estatística:
Distância total ida e volta: 45 km
Tempo gasto: 3h 55 min
Média: 11,3 km/h
Método de reidratação: 3 latinhas de skol.