domingo, 29 de janeiro de 2017

2017 avançando e eu não atualizei o blog...

Depois da complementação do projeto Tordesilhas em 2 Rodas, o ano de 2016 foi bem fraco em termos de cicloviagem. Foram duas pequenas, sendo que a primeira foi...

Vencido pelo General Inverno!

Não sei se realmente Napoleão foi derrotado apenas pelo inverno, lá na Rússia ou se isso é folclore histórico, mas eu tive meu momento de inglória em função do frio.

No dia 15 de agosto eu chegava em Ribeirão Preto, na intenção de pedalar até Ilha Comprida, cerca de 600 kms. Saí de Ribeirão, voltei 20 kms na Anhanguera e fui visitar o amigo Edson Sorrentino, a quem ainda não conhecia pessoalmente, na cidade de Jaboticabal. Além de contar com a agradável hospitalidade do Edson e da Zilda, sua esposa, fiquei sabendo que Jardinópolis é uma cidade amiga dos ETs... Além de ser conhecida como a Terra da Manga. E seus moradores, como Boca-amarelas...

Conheci bastante a cidade, visitei os principais pontos de atração turística, incluindo a estação ferroviária (desativada) no distrito de Jurucê. Se fosse só por isso já teria valido a pena.
Montando a bike na rodoviária de Ribeirão Preto
 






O grande amigo Edson Sorrentino, a quem não conhecia pessoalmente. Sujeito nota 10.

Segui viagem no dia seguinte, tendo aumentado a bagagem com uma capa de chuva tipo poncho, presente do Edson, que iria utilizar mais à frente. O sol estava inclemente, mas havia previsão de alguma chuva pelo caminho, então sempre é bom se prevenir. Passei ao largo de Ribeirão Preto (ah, como é bom não entrar em cidade de grande porte!) e fiz a primeira escala em Cravinhos, cidade que já tinha visitado em 2015. Fiquei no mesmo hotel, à beira da rodovia, como convém a um cicloviajante, para não perder tempo pela manhã...

Em Cravinhos tomei conhecimento do Parque Estadual Vassununga, antes de chegar em Pirassununga, onde existe uma árvore enorme, que 10 homens não conseguem "abraçar"... Fiz uma parada por lá e fui conhecer essa atração, que se não fosse a indicação, jamais imaginaria a existência. Valeu muito a pena. Vale citar que no Parque encontrei-me com uma equipe da administração do Caminho da Fé; estavam acertando alguns caminhos novos pela região.


O amigo aí (esqueci seu nome, pena...) me falou sobre o Parque Vassununga...
 


Esse é o pessoal do Caminho da Fé.
Saindo do posto Graal na manhã seguinte, rumo a Limeira
 
Em Pirassununga teria que dormir, o que me deixava um tanto ansioso porque ali deveria estrear a barraca e montar acampamento pela primeira vez em viagens ciclísticas. Felizmente não chovia naquele dia, o que me deixava mais tranquilo. Parei no posto de abastecimento da rede Graal, com pouca esperança de conseguir autorização para dormir ali. O que se revelou falso, pois o gerente não colocou nenhuma dificuldade, concordando imediatamente, inclusive me sugeriu que montasse a barraca perto da borracharia, onde havia uma área coberta, tendo em vista que ameaçava chuva. Apesar do meu otimismo ao chegar, o tempo foi virando, via-se relâmpagos no horizonte, que felizmente ficaram por lá mesmo...

...o que foi uma grande um grande alívio, pois quando montei a barraca percebi que havia esquecido o sobreteto da mesma. Se chovesse, seria como dormir ao relento... A tal área coberta não passava de uma marquise, bem alta, que, em caso de chuva, me molharia bastante. Felizmente tive a brilhante ideia de usar a mala-bike estendida sobre a barraca, fazendo as vezes de sobreteto. Ufa! Tranquilo? Quem dera!!! O borracheiro trabalhou até lá pelas duas e meia. Ainda que um pouco afastado, o barulho chegava bem alto. Sorte minha que um dia todo pedalando dá um cansaço que supera qualquer incômodo. Pena que não registrei esses momentos em foto...

De qualquer maneira foi uma noite muito mal dormida. Aliado ao fato de estar sem o sobreteto, resolvi que em Limeira, a próxima parada, iria desfazer-me da barraca e seus complementos, enviando pelo Correios para casa.

Só que... em duas agências dos Correios que procurei não haviam embalagens do tamanho que eu necessitava e, orientado pelos atendentes, não consegui em supermercado ou lojas próximas. Assim, desisti de despachar e deixei a bagagem na casa da querida amiga Idê Vecchi, ficando de buscar quando desse. Esse "quando" será na próxima viagem, a partir de 07 de fevereiro...


Hotel barato, perto da estação rodoviária.

Gruta, ponto turístico, na Praça Toledo Barros
Teatro Vitória, na mesma praça
Minha amiga da adolescência, Idê e a neta Mélly.
Último olhar a Limeira



Matriz de Iracemápolis
 


De Limeira pedalei até Piracicaba, pegando a estrada errada e passando por Iracemápolis, que não estava nos planos. Mas que resultou em benefício, pois lá encontrei facilmente uma bicicletaria, onde pude dar uma boa regulada geral (freios e câmbio), além de resolver uma problema que me incomodava, que era de o pneu ficar raspando no quadro, pois eu não conseguia regular o aperto da blocagem da roda traseira...

Pouco depois cheguei em Piracicaba, aquela onde o rio vai jogar água pra fora... Quando morei em Limeira, em 1967-69, não conheci Piracicaba, apesar de ficar tão perto, coisa de 30 kms. É que naquele tempo eu viajava muito pelo interior do estado por trem e a linha que passava por Limeira (da saudosa Companhia Paulista), não passava em Piracicaba. Adorei a cidade!!! Visitei alguns pontos turísticos, como o mirante à beira do rio, a Rua do Porto, uma área de atrações gastronômicas baseadas em peixe, principalmente. Fica nas imediações do Engenho Central, uma das atrações top da cidade. Realmente vale muito a pena uma visita...

No dia seguinte, indo embora, passei pela Estação Ferroviária, hoje restaurada e parte de um conjunto enorme de lazer, com pistas para pedestrianismo, ciclovias, museu ferroviário e um bocado de coisa mais. Em dúvida sobre o caminho para chegar lá, informei-me com o Heitor, que vinha de uma participação da corrida pedestre ocorrida naquele dia (era um domingo). Ficamos amigos, trocamos contatos e tal...

Passei ainda pelo Mercado Municipal para comer um pastel, altamente recomendado pelo meu amigo Waldson Antigão, morador em Sampa e que viveu em Piracicaba na adolescência...

Mirante sobre o Rio Piracicaba. Visto de baixo...
...e de cima.
 




Este é o Heitor.
 


O pastel no Mercado Municipal
Saí de Piracicaba lá pelas 12 horas. A partir da metade do caminho até Tietê, o tempo mudou radicalmente, esfriando e chovendo, pegando o ciclista da terra do calor totalmente desprevenido. Como não esperava por essa mudança, tinha levada roupas para suportar frio moderado, abri o bico, lógico! Além do imprevisto da chuva, quase chegando em Tietê, fui perseguido por uns bons 300 m por dois cachorros de uma empresa à margem da rodovia. Tipo aquelas cenas de desenho na TV... Felizmente estava em trecho de descida, o que me fez ganhar a corrida com eles na pedalada.

Cheguei em Tietê sob chuva forte. Errei o caminho, voltei uns 2 kms até chegar na Estação Rodoviária. Não sem antes levar um tombo generoso... Cheguei por volta das 19 horas, já escuro. Decidi encerrar a viagem ali mesmo, pegando um ônibus para Avaré, onde deixei a bike e tudo na casa de minha irmã e voltei para casa com o rabo entre as pernas... Detalhe: quando saí de Tietê, às 23:30 h, o termômetro marcava 13 graus. Cheguei em Avaré às 01:30 com 9 graus. É mole?


Tiritando de frio por longas 3 horas esperando pelo ônibus que me levaria a Avaré

No dia seguinte embarquei para Jaú e de lá para casa.