quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Iguape e Ilha Comprida. 23 cidades e fechada a primeira etapa

Cheguei a Iguape, molhado, cansado, morrendo de frio. A primeira providência foi tomar um conhaque para me manter vivo, hehe...
Iguape cidade antiga, famosa pelas romarias que se sucedem para a Basílica de Bom Jesus de Iguape, de que já falei na postagem sobre o Parque Carlos Botelho. Prédios bicentenários, uns conservados, outros nem tanto, formam a paisagem urbana. O Rio Ribeira de Iguape corta e ladeia a cidade. É o rio também que separa o continente da Ilha Comprida. assim, seja por motivos de fé ou de puro lazer, as duas cidades recebem um número considerável de forasteiros durante todo o ano. A data principal para os romeiros é o mês de agosto; e para os turistas ávidos por praias, dunas e trilhas é o ano todo, especialmente quando se tem sol abundante.
A Ilha está depois da ponte
São cidades pequenas e calmas, ideais para reflexão - excetuando as atividades tipicamente turísticas da Ilha, como festivais de música - tanto pode ser axé, samba, como rock, blues e música clássica, tem para todos os gostos, basta se informar no site da prefeitura ou da Sim Imobiliária, com muita informação sobre a cidade, que foi meu primeiro contato aqui, quando pesquisava sobre a cidade, visando vir um dia viver aqui (o que não se dará agora, ainda tem tempo para isso, muita pedalada ainda tenho pela frente).

Quando cheguei a Ilha Comprida, estava em ação o Campeonato Brasileiro de Rally Baja.

Fiquei por 10 dias em Ilha Comprida. Não pude ver os locais mais distantes do centro porque arrumei uma distensão ou coisa que o valha na coxa direita, o que me obrigou a desistir de ir pedalando até Santos; para isso fui de ônibus, onde estou até hoje ainda meio de molho. Mas a vontade de morar lá ainda continua, apesar de alguns pesares... os quais abordarei futuramente.

Pariquera-Açu, contando 21 cidades

Pariquera fica a meio caminho entre Registro e Ilha Comprida. Os 7 kms de ótima estrada que me levaram da BR-116 (São Paulo/Curitiba) até lá estão entre os melhores trechos que passei, em toda a viagem até o momento.
Armadilha-para-pegar-peixes-grandes, este o significado do nome da cidade, em tupi-guarani. Talvez por isso este pisciano tenha se sentido tão à vontade na cidade. Antes de chegar à cidade, travo conhecimento do Parque Estadual Campina do Encantado, uma constante nesta região do Vale do Ribeira, onde a Natureza permanece intocada, inclusive protegida por legislação.

A cidade tem sua economia baseada na agricultura, embora mais recentemente o Turismo esteja participando bastante, pois a região oferece, além da rica história do período colonial, os recursos naturais da Mata Atlântica em seu estado original.

Terra do buraco-quente, um sanduíche feito com carne moída e grande variedade de temperos, eu que se faz um buraco no pão francês e coloca-se esse recheio. Simples e delicioso. Também aqui se encontra a famosa batata-suiça, prato feito com batata ralada e cozida com recheios diversos, como carne, frango e outros, como o palmito da região.


Na cidade pode-se encontrar diversos ciclistas profissionais, como o Vinaldo Zator, presença constante por aqui, desde Itapetininga. Pariquera-Açu fica em uma rota movimentada de cicloturismo, pois por aqui se tem acesso ao litoral sul de SP: Cananéia e Ilha do Cardoso e litoral do Paraná. Além da região de Eldorado, famosa por suas incontáveis formações rochosas com inúmeras cavernas, sendo a mais famosa o complexo da Caverna do Diabo.

Igreja Matriz de São Paulo Apóstolo
Pariquera é um paraíso para o ciclista, pelo seu relevo e destinos que se pode escolher a partir daqui. E não somente para viajantes e profissionais, mas o cidadão comum se desloca aqui de bicicleta com uma grande frequência. No quesito hospedagem, fiquei no Hotel do Bi, o qual recomendo, pelo preço acessível e bastante confortável.

A partir de Pariquera-Açu, a estrada para Iguape foi uma surpresa desagradável: asfalto todo remendado, em toda a extensão de 42 kms, movimentada inclusive por caminhões, exigiu muita atenção de minha parte, ainda mais se considerando que todo o caminho se fez sob chuva e com acostamento praticamente inexistente.

No caminho encontrei esse pequeno oásis: a lanchonete do Sr. Agostinho, com decoração original e que oferece pastéis deliciosos, feitos na hora. Um grande achado.
O proprietário, Sr. Agostinho (faltou foto dele...)  nasceu em fazenda na região.
Depois de viver em cidades grandes por 40 anos, voltou para a terrinha.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Registro é a cidade número 20

Outra cidade em que a noite me surpreendeu na chegada foi Registro. Animado pelo embalo do Parque Carlos Botelho, cheguei aqui por volta das 19 h. Perdido no espaço, saí perguntando aqui e ali onde ficava o hotel Brasília, que eu já contratara antecipadamente. Pois não é que um ciclista, o João, me acompanhou ate a porta do hotel... Deus abençoe esse rapaz!

A cidade é bem maior que imaginava. Desconhecia totalmente essa região do Estado e tinha uma ideia equivocada daqui. Bastante movimentada comercialmente, pois é um centro convergente das cidades menores que vão dali até a divisa com o Parana e o litoral sul de SP.


Aqui em Registro fiz a primeira manutenção na Áquila, apenas preventiva, conseqüência da queda que sofremos lá no Parque. Nada de grave ocorreu, foram somente ajustes, e a recomendação para ficar atento quanto ao estado da corrente e uma possível troca de coroa (marcha) mais à frente para enfrentar subidas mais íngremes.


Fiz poucos contatos na cidade - característica minha - mas destaco a figura muito simpática que é a Mariana, jornalista do Jornal Regional, que atende a todo o Vale do Ribeira, como é denominada essa região. A matéria que ela publicou a meu respeito está aqui: paulista-de-61-anos-viaja-de-bicicleta


Registro indico como uma ótima opção para ciclistas, pois apresenta poucas elevações no perímetro urbano, ruas largas, que facilitam a trânsito e, para o cicloviajante, opções baratas de hospedagem.

Certamente voltarei a pedalar aqui. Registro ficou entre as prediletas.



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terça-feira, 22 de outubro de 2013

Parque Carlos Botelho e Sete Barras - Tópico especial

Como contei anteriormente, a travessia do Parque me preocupava e assustava um pouco. - E se aparece uma onça pelo caminho? E se furam dois pneus? E se...

Vambora. Na manhã do domingo, dia 13, levantei às 06:30 h, pois soubera no hotel que uma turma da cidade se reúne perto dali, todos os sábados e domingos, combinam um roteiro e vão. Dito e feito, fui até o local - uma padaria - e me enturmei. Pena que a assembléia decidiu não ir para o Parque e lá me vi sozinho novamente. Então vamos, disse a mim mesmo e iniciei os 80 kms mais emocionantes da viagem.


Deixei o hotel Skina e peguei uma subidinha de uns 2 kms, mas totalmente pedalável. No caminho fui abordado por dois... como dizer... missionários de igreja de crente, como se diz ainda por aqui, que me alugaram uns 10 minutos.

No caminho tem diversos bairros, são pequenas vilas, com certa independência. A que mais me chamou a atenção foi o Bairro dos Gaviões, onde, em uma mercearia local eu perguntei se todos os moradores eram corintianos, só pra zoar. Me esclareceram, bem humorados, que o nome vem da família que fundou a localidade.


Antes de entrar no Parque, uma placa de advertência me anima:

Na entrada do parque, os vigilantes que fazem a segurança no local me animaram, deixando-me bem mais à vontade e quase sem medo totalmente. Explicaram-me que duas picapes e 2 motos percorrem o mesmo nos dois sentidos, todo o tempo. Aí então foi só alegria, apesar do tombo no meio do caminho... não preciso mais descrever nada, as imagens falam por si.













Pouco depois de sair do parque, o asfalto bom me deu velocidade novamente. Tanta que passei por Sete Barras num pedalada só, parei apenas para comprar água. Como Registro fica a apenas 18 kms dali e eram 17 h e pouco, decidi seguir até a próxima cidade.

Aqui tive meu primeiro contato direto com o rio Ribeira de Iguape, que serpenteia pela serra até desaguar no mar, lá em Iguape.

Apesar da pista boa, não imaginava que iria pegar um trecho de serra pelo caminho, o que me atrasou um pouco e me fez chegar já de noite em Registro.

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