Moradores vizinhos da linha que liga Luziânia ao DF sonham com o transporteHoje, a população do local recorre a ônibus velhos e veículos piratas. Vagões transportam apenas carga, mas consórcio fará estudo de viabilidade para levar passageiros
Publicação: 16/01/2014 06:01 Atualização:
Moradores locais passam próximo aos trilhos do trem no Jardim Ingá - GO |
Enquanto aguarda, por cerca de uma hora, o ônibus para Brasília, a empregada doméstica Elizângela Zacarias dos Santos, 36 anos, conversa com outros moradores de Luziânia (GO) sobre a ativação do trem de passageiros. A solução para o transporte público entre o Entorno Sul do DF e a capital está a menos de 100 metros, materializada em uma linha ferroviária que, há 22 anos, transporta apenas carga. O assunto é recorrente entre os habitantes da região, desde que a Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco) assinou contrato com as empresas vencedoras do consórcio que farão os estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental para a criação do sistema. O acordo ocorreu em 19 de dezembro.
No Jardim Ipê, é difícil encontrar quem saiba os benefícios do transporte ferroviário. Boa parte dos moradores só conhece o abandono das estações. As promessas de mudança vieram acompanhadas da falta de iniciativa e, à população, só restou a descrença. “Desde que viemos para cá, em 2003, escutamos falarem disso. Ultimamente, têm comentado mais, o difícil é acontecer. Nunca vi movimentação nenhuma”, ressalta a auxiliar de limpeza Jovena Silva, 42 anos. “Eu não acredito. Pode até vir, mas vai demorar. Nem sei como seria, nunca andei de trem, só de metrô”, opina a vizinha Lucia Silva.
Enquanto aguardam o resultado do estudo de viabilidade, previsto para ficar pronto em 10 meses, Elizângela, Jovena e Lucia ficam reféns do transporte pirata e de ônibus lotados e velhos. O serviço não é barato, uma passagem chega a custar R$ 4,45. Segundo a Sudeco, o trem beneficiará cerca de 600 mil pessoas. Quatro vagões, com capacidade para 900 passageiros cada um, farão o trajeto várias vezes ao dia. Não há previsão de início das obras ou do preço do bilhete.
Em funcionamento
Existem 60km de ferrovia, que o governo federal pretende estender até o centro de Luziânia. Hoje, a última estação fica afastada, em meio a fazendas particulares do município goiano e ao lado da BR-040. É comum a circulação de pessoas, animais, motos e carros nos trilhos. Entre o Núcleo Bandeirante e o Park Way, e no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), o cruzamento de movimentadas vias com a linha expõe o perigo.
Matéria do Correio Braziliense, de 16/01/2014.
Se essa linha realmente for ativada, pelo menos neste anos, já dá pra ter uma esperança - cada vez mais distante - de se melhorar o transporte de passageiros neste País, quem sabe chegando a realização dos vários projetos de "políticas de nacionais de mobilidade urbana" que se tem notícia a toda hora.
E que se estenda à integração da bicicleta como meio de transporte urbano.
Se metade das linhas férreas abandonadas do país fossem convertidas a transporte de pessoas, teríamos uma revolução neste país. Quantas vidas seriam poupadas nas estradas?
ResponderExcluirPois é, Gabriel, só os governos não se dão conta disso e de outros benefícios que viriam. Assim como o transporte fluvial; na minha volta à estrada vou conhecer os caminhos fluviais de SP. Projetos existem aos montes, mas nunca saem do papel.
ExcluirFico triste em ver o Brasil sendo reduzido cada vez mais em suas possibilidades, mantendo apenas os interesses de meia dúzia, acima dos nacionais.