Orlândia é em SP, Orlando é nos EUA, tem que ir de avião, dizia ontem ao telefone para a minha mulher, que insistia em dizer Orlando...
Nunca havia entrado em Orlândia, passava direto quando vinha-ia em viagem BSB-SP. Imaginava que fosse uma cidade acanhada, atrasada. E encontrei uma cidade muito diferente. Ela é bem desenvolvida talvez por ser uma cidade industrial; daqui sai muito equipamento para processar a produção agrícola de todo o país - inclusive em Formosa.
Já de cara, destaco que aqui estou sendo muito
bem tratado pelo pessoal da
Compuway, empresa de informática e escola da cidade, pelo Bruno, a Bianca, a Ana Bárbara... Desde ontem estou estou postando daqui com muito conforto, diga-se de passagem...
Novamente entrei pelo acesso secundário, assim não tenho ainda a foto
oficial para mim, na entrada da cidade. Fui direto à prefeitura, onde fui muito bem recebido. Algumas fotos registram minha passagem:
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Diante da Prefeitura |
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Busto do fundador da cidade |
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Centro cultural, na antiga estação ferroviária |
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O Robson é o responsável pelo AcessaSP, que funciona no Centro Cultural |
Guardem bem esse nome, pedarilhos que viajam pelo estado de São Paulo:
AcessaSP, um serviço do Governo do Estado, de inclusão digital. Tem em todas as cidades (acho) e a gente se cadastra em uma e acessa em qualquer unidade. Ótimo para se atualizar na net.
A Bianca me informa que uma empresa daqui, a Intelli, patrocina o time local de futsal, muitas vezes campeão. Já ouviu falar do
Falcão, no futsal? Pois é, ele joga aqui. Se quiser mais detalhes, tá aqui ó:
https://www.facebook.com/adcintelli.
Dica de hotel: Hotel Casa Grande, fica ao lado do Centro Cultural. Atendimento agradável, muita simpatia da parte da
Sandra, pessoa amabilíssima. Uma foto para ficar bem gravado:
Na manhã seguinte, pé... pedal na estrada. A ponto de pegar a Anhanguera...
Surpresa: saindo de Orlândia tinha uma subida monstro, que foi feita toda com
pé no chão mesmo:
A caminho de Ribeirão, essa vista me diz que
trem não sobre fácil como caminhões e bicicletas (?), assim tem que se construir esses enormes viadutos...
Algumas reflexões de cunho bem pessoal:
Primeiro: é duro pedalar, pedalar, não tendo feito o devido condicionamento físico recomendado. Cai assim um pouco da minha autosuficiência e arrogância. Como o que aqui se faz aqui se paga, sinto na pele e nos músculos, em especial, o sentido prático dessa máxima. Essa aventura a decidi fazer por conta de eu já não mais me caber nessa arrogância, senhor-do-mundo que me caracteriza nos últimos 10-15 anos. Tenho certeza de que, ao final da jornada serei uma nova pessoa, bem mais amigável e suportável comigo mesmo e, naturalmente, com o mundo ao redor. Esse é o objetivo dessa empreitada.
Segundo: do meu mundinho tacanho, faço minhas observações sobre o País a partir do noticiário, das conversas com os poucos amigos e do dia a dia em Formosa e Brasília. E as guardo para mim. Agora vou confirmando aos poucos o quanto o Brasil está regredindo, se tornando miserável, apesar da versão oficial em contrário. Todas as pessoas que tenho abordado por onde passo são unânimes em criticar as mazelas visíveis: sem-tetos invadindo praças e prédios abandonados e consumindo suas drogas impunemente; o declínio moral de pessoas e famílias inteiras; a falta de trabalho e educação adequados que jogam muitos jovens na marginalidade; a maternidade irresponsável colocando no mundo futuros o-quê?. E o pior, talvez a causa de tudo isso: a insensibilidade dos poderosos - em todos os sentidos, independente de ideologia - que se contentam em manter seus status a qualquer custo, sem se darem conta de que com o passar do tempo as mazelas que fingem não ver baterão em suas portas, se algo não for feito, agora.
Bom dia para todos.